domingo, 1 de maio de 2011

Dia do trabalho


       Em homenagem ao dia do trabalho, publico este poema que fiz há algum tempo para homenagear o Conservavatório Estadual de Música, Renato frateschi, na cidade de Uberaba/MG, onde leciono e tenho aprendido muito também com os meus alunos e os meus colegas de trabalho. Ei-lo:

               Conservatório

     O meu trabalho é um oratório
     Onde expulso os demônios
     Onde os anjos cantam hosanas
     Louvam a Deus, sem serimônias...

     O meu trabalho é tão sublime
     Quanto as mãos de um lavrador
     Fazendo brotar da terra
     Sem jamais pensar em guerra
     A semente do amor...

     O meu trabalho é prazenteiro...
     A curto prazo, pequeno valor
     Já ensinei a tantos! 
     Esses tantos a outros tantos
     Um dia serei  "tanto" aplaudido com amor.

     O meu trabalho nunca atalha
     Pra chegar depressa ao fim
     Tenho jogo de cintura
     Amo toda criatura 
     Que aprendendo me atura
     Sem nenhuma ruptura
        Pra depois, viver em mim.

     Trabalho é sempre sagrado
     Seja em qualquer lugar
     O meu trabalho é um oratório
     Onde não cabe o falatório...
     Vamos todos dar as mâos
     Com a mesma gratidão
     Cantar juntos a mesma glória
     De sermos todos irmãos.
     Assinado: CONSERVATÓRIO.
    
     Tenho dito!
    
    

domingo, 10 de abril de 2011

Morrendo disso

                                  Morrendo disso

     Quando eu era ainda criança, em torno dos meus seis anos de idade, estando a brincar puxando um automóvel de plástico – (Era de cor verde). Incrível como posso ter esta lembrança até nos dias hoje... Uma tia, a qual me hospedou por algum tempo em sua residência, me perguntou: - Joãozinho, o quê você quer ser quando crescer? – Professor de violão! Respondi-lhe sem mais delongas. Naquele dia, pude ouvir o som de um violão tocado ao vivo, em uma emissora de rádio.
     Depois de muito tempo, na minha adolescência, sem me dar conta desse fato, comecei a aprender tocar violão a deus dará... Como eu não tinha o instrumento, estudava com o violão do meu amigo José Francisco, que o cedia para mim, emprestado por algum tempo, para exercitar as primeiras lições ditadas por ele. À medida que eu ouvia Dilermando Reis, violonista brasileiro que tornou o violão o instrumento mais popular do Brasil, a minha vontade de aprender a tocar ficara mais e mais aguçada. Decidi procurar um professor particular para me ensinar a tocar por música, lendo partituras.
     Jamais passou pela minha cabeça a idéia de lecionar música. Tornei-me músico simplesmente para satisfazer meu ego. Na verdade, na minha juventude o que eu queria mesmo era impressionar as garotas do meu bairro. Vez por outra amanhecia na rua fazendo serenatas aos pés das janelas das casas das pretendidas. Certa feita, quando me encontrava cantando à janela de uma donzela, eis que ouço uma voz estridente e feroz: Saia daí imediatamente, seu vagabundo! Quando ultrapassei o corredor da casa, sentido a rua, o indivíduo estava debruçado na janela da sala com um revólver em punho ameaçando dispará-lo contra mim. Saí de lá com o rabo entre as pernas, muito humilhado...
     Você já deve ter notícias de quanto os artistas no século passado sofriam preconceitos. As atrizes eram consideradas prostitutas, os violonistas, notívagos beberrões e boêmios vagabundos. Na nossa literatura há registros dessa natureza.
     Mas, não há nada que o tempo não conserte ou cure. Com a criação dos conservatórios de música (em princípio ensinavam somente o piano clássico), depois o acordeom e outros instrumentos, inclusive o violão.
Foi então que recebi o convite para lecionar violão clássico em um dos conservatórios do meu Estado de minas Gerais, tendo eu que mostrar a minha competência dando um recital na sala da diretora, fato este que jamais tive notícias de ter acontecido com outros colegas de magistério.
     Bah! Cumpriu-se a minha profecia de criança. Tornei-me de fato um professor de violão, profissão em que milito até nos dias de hoje. 
     Há um ano, por fatalidade do destino, perdemos um colega. Um jovem dotado de um extraordinário talento musical. O seu corpo foi velado no anfiteatro do conservatório, onde pude prestar-lhe uma última homenagem. Executei algumas peças apropriadas para o momento, músicas consideradas clássicas pelo público em geral. Nos momentos em que eu tocava, sentou-se ao meu lado uma jovem senhora com um recém nascido no colo e permaneceu ali até que eu parasse de tocar.Depois, saí para o pátio e a referida senhora se acercou de mim e disse-me: - Você vai ser o professor do meu filho, apontando para o bebê. – Como, se estou prestes a aposentar-me? Quando ele tiver a idade de aprender não estarei trabalhando mais aqui. Estarei aposentado. Com um sorriso nos lábios ela disse-me: - Não tem importância, você dá aulas particulares para ele...  - Está bem, Estamos combinados....
Isto me leva a crer que estou fadado a ensinar violão até, até...  até, não sei quando.
     Acho que vou morrer disso...

Tenho dito!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Um Novo Dia

        

    
                                Hoje, o Sol bateu em cheio na minha janela, e, eu pude beijá-lo com muita força e alegria, pois, há quase um mês que chovia na minha cidade. Quando não chovia, o Sol ficava escondido pelo mau tempo. Decidi entrar no clima,  conformar-me com a nova situação.
     Para comemorar a chegada do sol, decidi postar uma pequena poesia para uma breve reflexão. 


                                            UM NOVO DIA

                                            Vamos pular corda
                             Entrar na malhação
                             E, vamos pular a parte
                             Que machuca o coração
                             Hoje é um novo dia
                             Amanhã, também será
                             O ontem, já não me lembro
                             O deixei para trás.
                                     Tenho dito!