sábado, 28 de novembro de 2009

Editando um Perfil

Quem sou eu?

Eu sou muito franca
Não sou boa das vistas
Agora, sou uma blogueira
Mas já escrevi pra revistas...


De profissão, sou arquiteta
Desenho e faço esculturas
Posso pintar o sete
E fazer miniaturas...


Entendo tudo de gatos
Já fui péssima cozinheira
Levo tudo numa boa
Nunca perco a estribeira...


Tenho os meus cachorros
Minha vida é uma correria
Nesse mato tem coelha!
Passo noites de vigílias...


Quero dar o meu recado
Para ninguém duvidar
Sou uma mãe cuidadosa
Sou a raínha do lar...


De tudo, dou conta de tudo
Adoro o computador
Sou do Rio de Janeiro
Viva o Cristo Redentor!
Tenh dito!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Campanha de Natal

E aí, meus amigos, vamos fazer a nossa parte para vivermos em um mundo melhor? As desigualdades sempre haverão de existir, pois somos diferentes na capacidade de amar, de sofrer, de sorrir e de edificar as nossas vidas. É sabido que, "se for distribuído os bens da Terra em partes iguais para os seus habitantes, em pouco curso de tempo, essa igualdade já estará desfeita , pela astúcia de uns e pela incapacidade de outros para gerir os recursos materiais que detêm".
A solidariedade é uma ação humanitária que deve ser praticada sempre para amenizar o sofrimento alheio, e não somente nas catástofres e nas comemorações do natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Porém, no natal, o pensamento humano se volta mais para as práticas da beneficência; há um estímulo maior para ajudar os mais necessitados.
Na minha cidade de Uberaba, há um trabalho permanente da Aliança Municipal Espírita,  de arrecadação de alimentos, roupas e utensilhos domésticos, para atender as necessidades de pessoas comprovadamente necessitadas. É um trabalho feito em duas etapas, sendo a distribuição prévia dos saquinhos, aos sábados, de porta em porta e a coleta na manhã do domingo, de modo que, a cada semana os coleteiros estão em um bairro diferente, o que resulta em mais de dois anos para visitar a maioria da população da cidade.
Em homenagem a esse trabalho, que gosto de paticipar, fiz um poema simples, mas que nos dá uma idéia geral dessa tarefa essencialmente cristã.
Devo ressaltar que esse trabalho é muito bem recebido pela população de Uberaba, tendo colaboradores de todas a crenças religiosas.
Vamos ao poema:


Campanha do Quilo


Hoje vou me encontrar
Com gente muito seleta
Saindo de par em par
Para fazer a coleta...


Batendo de porta em porta
Das casas e dos corações
Abrindo-se nos apresentam
Entregando as doações...


Muitos, dizendo o sim
Poucos, dizendo o não
Julgar não é direito
De quem é um bom cristão


E nessa maratona
Passos lentos e oração
Vamos trocando o bem pelo bem
Em forma de agasalho e pão.
Tenho dito!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Primeiro Vôo (5636)

                    
Já tive medo de viajar por qualquer meio de transporte terrestre. Mas, sempre tive vontade de viajar de avião. Embora as notícias de acidentes com aviões houveram chegado ao meu conhecimento, o medo de viajar por esse meio de transporte não me afetou. Porém, acreditava que esse desejo seria irrealizável devido ao preço das passagens aéreas serem muito caras. Entretanto, chegou o momento em que eu pude realizar essa façanha – uma viagem curta, uma hora e trinta minutos aproximadamente de vôo. Mas, para quem tem medo de avião, poucos minutos certamente pode representar uma eternidade. Não foi o que ocorreu comigo nessa minha primeira viagem de avião.
Destino, Uberaba/Belo Horizonte. Horário previsto nove horas da manhã.
“Mineiro não perde o trem”. Às oito e trinta horas eu já estava no saguão do aeroporto para aguardar o embarque. O tempo estava chuvoso, portanto não tinha a certeza de que sairíamos na hora prevista. Enquanto aguardava o embarque com a natural expectativa da partida, vagueava o olhar pelo recinto a observar a azáfama dos transeuntes. Os que permaneciam sentados liam alguma coisa com os ouvidos atentos ao serviço de som, e de olho no relógio. Os olhares cruzam-se para se desfazerem imediatamente fugindo a qualquer emoção aparente. Uns puxam um cigarro e acendem, outros roem as unhas, consultam o relógio seguidamente demonstrando o seu estado de ansiedade...
A manhã continua fria, mas o ânimo de quem programou uma viagem se aquece. Os pensamentos ficam revoltos entre a esperança e a incerteza. A cidade não é a mesma. Se cobre com o manto da bruma impedindo a visão dos edifícios. O tempo passa – trinta minutos, uma hora, duas, três... Ainda não há previsão de embarque. Fazer o quê...? Paciência é a atitude mais adequada para evitar um estresse, pois contra as forças da natureza não temos nenhuma resistência. Não há como mudar a ordem natural das coisas.
Alivio... Finalmente, com quatro horas de atraso recebemos a ordem de embarque. Ligam-se as turbinas. Decolamos. Para eu, a realização do sonho de voar, para os outros, cada qual sabe de si, dos sonhos, do destino e dos seus objetivos emergentes. “Emergente” - uma palavra atual. Entre os passageiros, nenhum conhecido. Isto não tem importância. Mas, se não somos iguais, somos semelhantes na dor, nos medos, na alegria, no amor e no desejo de encontrar a felicidade.
É compreensível alguém que viaje pela primeira vez de avião preferir a poltrona ao pé da janela para apreciar a paisagem. Para os medrosos a escolha da poltrona do corredor é mais sensata para controlar as emoções da viagem. Mas eu fui ousado – escolhi janela, poltrona ao lado da turbina esquerda. Olho em sua direção e penso cá com os meus botões - se ela si soltar, o primeiro a si ferrar será eu... A vida está por um fio - Mentira. Está entre tantos sistemas mecânicos, por um múltiplo emaranhado de condutores elétricos. Mas o fio da esperança é inquebrantável, pois se reveste da fé em Deus que guarda por todos nós. Demais, no ar não acontece nada a não ser que um míssil perdido nos atinja... Portanto, o perigo está lá em baixo, não aqui nas alturas.
Aproveito o máximo da viagem – nem pisco os olhos. Os meus pensamentos voam mais alto ainda. Contemplo a paisagem deslumbrante dos icebergues flutuantes – uma maravilha da natureza, um espetáculo que raramente podemos ver mais de perto. Não sinto nenhuma emoção forte, a adrenalina fica adormecida. O que sinto nesses momentos é a leveza do etéreo, da calmaria e da paz.
Aterrissamos no destino para o destino de cada um de nós.
Termino aqui a minha dupla viagem com um final feliz.

Tenho Dito!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Luxúria

                                         
A luxúria, é um dos sete pecados capitais. Segundo alguns teólogos, entre eles, são Tomas de Aquino, este pecado consiste no apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes, sexualidade extrema, lascívia e sensualidade.

Já dizia o meu avô - não está valendo a pena viver! Isto, na década de (60), quando surgiu a mini saia. Dizia isso, ele, quando assistia à televisão, (ainda a branco e preto) - isto é uma pouca vergonha, mulheres com a saia curta mostrando quase tudo! Imaginem se ele estivesse vivo até hoje, o quê diria...?

Aqui, no lugar onde me encontro, sentado à mesa na varanda de um bar, algo está fazendo-me lembrar  o meu avô.

Bem perto da varanda, há um jardim. Estou a observar uma cena de sexo explícito de um casalzinho de jovens, ou não, que parecem  não perceber a minha presença, aqui.

Eles não têm nenhum pudor. Estão ali, bem na frente dos meus olhos, fazendo sexo em plena luz do dia, na explícita natureza. Isto é uma vergonha! Ou será que eles estão tão cegos de paixão, que nem si dão conta da minha presença...? Mas, vá lá... Não vou ausentar-me por isso. Afinal, uma cena dessas, a gente não vê todos os dias, não é mesmo? Terminaram...

Agora eles estão às soltas, todos faceiros, radiantes de contentamentos... Quero ver que rumos irão tomar... Saíram. Parecem felizes... Adentraram o bar. Vieram rondar o meu espaço.  Vez por outra, esbarram na minha mesa. Acho que estão fazendo alguma provocação,  querendo arranjar alguma encrenca comigo. Nunca devemos mexer com quem está quieto, não é mesmo? Estou tomando a minha cerveja, ouvindo músicas do meu agrado, e pressinto que tudo isso não vai acabar bem... Há pouco lhes dei uma baforada de fumaça do meu charuto, mas de nada adiantou. Parece-me que eles até gostaram. Da próxima vez que abeirarem a minha mesa, vou dar-lhes um  safanão!

Mosquitinhos sem vergonhas!!

Tenho Dito!

domingo, 8 de novembro de 2009

Editando Um Perfil

Editando um perfil é uma poesia que fiz para homenagear uma amiga nossa, daqui do dihitt. Desafio a vocês a descobrirem quem é essa pessoa, que nos brindam sempre com artigos de muito boa qualidade. Leiam, e tirem as suas conclusões.

Editando Um Perfil...

Já usei um avatar
Uma estrada colorida
Hoje estou bem na foto
Você já pode admirar...

Deus é a minha força
É a luz do meu caminho
Que nessa estrada sinuosa
Não me deixará sozinha...

Sou uma boa ouvinte
Escuto o teu coração
Do signo, sou leonina
E adoro o meu mengão!

Por tudo louvo a Deus
Gosto da minha profissão
Além de educadora
Sou voluntária, meu irmão!

Tenho Dito!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Ping-Pong do DIHITT

Entrando na brincadeira dos amigos blogueiros do dihitt, vou desferindo as minhas raquetadas, brincando sem competir. Vejamos a seguir:


O que você fazia:

1- Há dez anos?

Nossa! Minha cabeça estava um turbilhão de contas, pois estava construindo uma nova casa. Hehehe!

2- Há cinco anos:

Entrei numa depressão. Foi horrível. Só via a morte. Por um ano fui um morto vivo, não lia, não escrevia, não sorria, mas houve situações em que eu cantei para alegrar os outros, carregando uma profunda tristeza no coração... Por outro lado, ganhei uma netinha, que era a única pessoinha que me trazia um certo alívio da angústia que carregava dentro de mim, mas a minha fé em Deus me tirou desse mal, e hoje posso compreender melhor o estado de quem, porventura, se encontra nesse marasmo da mente humana, que segundo me consta, atinge até as pessoas jovens.

3- Há dois anos:

Nada de extraordinário... Sou professor da rede estadual de MG.

4- Há um ano:

Participei de um concurso de violão clássico na cidade de São Paulo, na faculdade Cantareira, competindo com jovens de idades entre 16 a 30 anos, e eu com 63. Hahaha! Foi uma experiência maravilhosa conviver por alguns dias com aqueles garotos que me acolheram como um igual.

5- Ontem:

Estreei a minha primeira postagem nesse blog, que está cheirando coisa nova e que ganhei de presente da minha amiga tulipadourada.

Estava com uma gripe danada e a minha amiga AAAMORRR, me passou uma receitinha caseira que estou fazendo uso e estou bem melhor hoje.

6- Amanhã:

Não só para amanhã, mas para os próximos dias, não tenho nada de especial a fazer, a não ser as que já estou fazendo agora.

7- Cinco coisas sem as quais eu não posso viver:

Deus, música, natureza, uma caneta e um bloquinho de papel para anotar alguma idéia que me surge de repente no trânsito ou em qualquer lugar.

8- Cinco coisas que eu compro com mil reais:

Um violão comum; um par de tenis; uma passagem de avião para algum lugar do Brasil, um sacola de viagem e alguns discos (CD).

9- Cinco maus hábitos:

- Fumo meus cigarrinhos, mas não incomodo ninguém com isto;
- Passar um mês inteiro sem ler um livro sequer (agora que sou blogueiro), está ficando mais difícil
ainda manusear os livros impressos;

- Acumular livros e papéis sobre a mesa até não sobrar mais espaço para escrever. Limpo a mesa, prometo a mim mesmo que não vou deixar isto acontecer, mas começa tudo de novo... rsrs
- Não ter hora certa para dormir e, às vezes, nem para acordar;
- Esquecer de fazer uma caminhada habitual.

10- Três coisas que me assustam:

- Gente bonita e mau educada; falsidades e violências.

11- Três coisas que estou vestindo nesse momento:

- Bermuda, camiseta e sandálias (aquelas que você vê no comercial na TV)

12- Quatro das minhas bandas ou cantores favoritos:

Sem preferências. Adoro música de qualidade, mas posso lhes afirmar que sou fã da voz de Ana Carolina e do Free Jack.

13- Três lugares aonde quero ir nas férias:

Bem... Querer nem sempre é poder. Se eu puder e o dinheiro der, eu vou querer ir para... Para onde hein...? Sei não...

14- Pessoas escolhidas para fazerem o mesmo:

Patchulla, Lison, Francisco Castro, Mary Miranda, Falbo.

Tenho Dito!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Amor Platônico

Amor sem congruência
Amor sem competência
Amor que considero
Amor puro, pura essência...
Esta luz que ilumina-me
Queira Deus, que não sufoque-me
Pois a minha estrada é escura
E tu és o meu clarão...
És a minha estrela errante
És a minha estrela guia
Que brilha exultante
No universo do meu coração.

Tenho Dito!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

De Virtual a Real...

"É metade do seu eu,
A outra metade à Jesus cedeu.
Brilha hoje como estrela
No outro mundo do nosso Deus".

É versada em filosofia
Do direito e psicologia
Adora a política
Do amor faz poesias...

Não é loura, nem morena
Nem alta, nem pequena
Tem uma voz suave
Um olhar doce e sereno.

Uma pessoa amável
Adora cachorros e gatos
Elétrica, bem humorada
Nos leva no seu regato.

Não se chama Luciana
Também não é Tatinha
Que juntam aos seus amores
Nick, Angel e Aninha.

Eu sou um felizardo
Por conhecer tal pessoa
Foi um presente de Deus
A essa outra pessoa.

João.

Tenho Dito!

Quem Procura, Acha...

A Bússola

Quantos pontos têm um ponto?
É impossível precisar
Pontilhando uma reta
Haja pontos pra contar...
No ponto de um ponto me encontro
Entre pontos colaterais
Quer saber a onde me encontro?
Estou na rosa-dos-ventos
Em um dos pontos cardeais...
São pontos de referências
Que indicam posições seguras
Quem detem a sapiência
Nunca fica às escuras...
Dê as costas para o sol
A onde fica o oriente
E logo vês à tua frente
A onde fica o ocidente...
Nortear é dar o norte
O reverso é vir pro sul
A bússola é o passaporte
Em mau tempo ou céu azul...
Há linhas imaginárias
Traçadas por nós humanos
No cruzamento dos paralelos
Encontram-se os meridianos...
Em qualquer ponto da Terra
Aonde possamos imaginar
Existem aparelhos seguros
Para tudo localizar
Além do GPS, há o RÁDIO e o RADAR...

Tenho Dito!

Brinca Comigo Vovô?

Na atualidade, avós que cuidam de netos é uma realidade que podemos comprovar nas classes sociais de baixa renda. Poucos podem contratar uma profissional que preste serviços de babá.

Tenho uma neta que, por força das circunstâncias, mora na minha casa desde que nasceu. Hoje conta quase seus cinco anos de idade. A mãe trabalha fora de casa, não tem tempo suficiente para dar a ela toda a atenção que uma criança de idade tenra merece, e a nossa netinha vive cercada de mimos o tempo todo por nós, avós.

Julia ainda não tem uma irmã ou irmão para brincar. Ir para a casa da vizinha para brincar com um amiguinho, ou vice e versa, dificilmente acontece. Criança não brinca na rua com outras crianças como outrora, e isso não é bom, as ruas tornaram-se muito tristes para quem já viveu uma realidade bem diferente de agora.

Um animalzinho de estimação pode ajudar para suprir a falta de uma companhia que tenha idades semelhantes, mas ainda não é o bastante - a criança necessita brincar com alguém, e esse alguém são as pessoas com as quais ela convive.

A princípio, brincar com a minha neta pareceu ridículo, mas fui me acostumando a essa idéia de voltar a ser criança... Brincamos com os ursinhos, com as bonecas, com todos os brinquedos disponíveis, jogamos bola... Ela brinca de fazer comidinhas... Oferece-me e eu enceno a degustação – digo-lhe que estão uma delícia os seus pratos.

Hoje pela manhã ela me disse: – Vamos brincar vovô?- Agora, não! Preciso sair daqui a pouco... – Só um pouquinho assim, vovô?! (mostra o dedo indicador junto ao polegar). – Está bem. Você quer brincar de quê? – Anda de bicicleta comigo. Eu na minha bicicleta e você na sua. Vamos! Eu na frente, você atrás, hein?! – Está bem, mas só um pouquinho porque o vovô tem coisas para fazer...

Passamos a pedalar no quintal em torno dos coqueiros. De repente, ela pára e me faz parar também. Diz: Sinal fechado! Verde! Podemos ir... A brincadeira continua e ela não pensa em parar, mas eu... Já estou pedindo a toalha e digo-lhe: Agora chega! O vovô tem que se preparar para o trabalho. Ela me responde em tom apelativo: – Só mais um pouquinho assim, vovô?! (mostra-me o sinal com os dedos mais uma vez). Eu não tenho outra saída. O seu pedido é quase uma ordem que obedeço sem reclamar. Continuo a brincar, até que ela concorda em terminar a brincadeira... Chegou bem pertinho a mim e disse – Vovô, sabe por que é que eu te chamo para brincar comigo? – Não, respondi com a minha cara de vovô coruja... Abraçou-me e disse – É porque eu te amo muito! Enchi-me de orgulho. A emoção que senti foi é indescritível. Agradeci e disse-lhe – eu também te adoro, meu bem! E fiquei pensando... Será que eu preciso de mais alguma coisa para ser feliz nesse mundo...? Acho que não.

Tenho Dito!

Uma Noite de Cão...

Um conto de João Batista da Cunha, baseado em fatos reais. Acredite quem quiser.

Jardel é um homem bom, é casado, tem filhos, leva uma vida pacata em uma cidade do interior do Brasil. É uma pessoa muito educada, atenciosa, de boa convivência no seu ambiente de trabalho. É muito religioso e pauta a sua vida na trilha do Evangelho do Senhor Jesus Cristo. É uma criatura muito sensível, suficientemente capaz de entender o sofrimento alheio. Impressionante como ele é impressionável – é hemofóbico: tem horror a sangue. Descobriu isto quando a agulha da máquina de costura atravessou a unha do dedo indicador de sua esposa Emília. Quebrou- se e ficou dentro da respectiva falange. Encaminhada ao pronto socorro, Jardel assiste, ou melhor, tenta assistir a intervenção cirúrgica, pois quando o médico pega o bisturi e começa o seu trabalho de retirada da unha, o sangue vem à tona e Jardel sofre um desmaio e cai com o corpo desgovernado ao pé do médico...

Jardel é policial militar. Trabalha como plantonista noturno no atendimento às chamadas telefônicas do terminal (190), quando na oportunidade, destina as viaturas para os locais de ocorrências.

Por ser uma cidade pequena, o centro de policiamento funciona em um prédio de dois andares alugado pelo estado. No andar de cima funciona a parte administrativa e um pequeno alojamento para alguns policiais solteiros. No térreo, fica simplesmente a sala de atendimento ao público.

Durante a noite, apenas dois policiais guardam o destacamento – O sargento Jardel no plantão telefônico, e um soldado de sentinela na parte externa do prédio, que tem fama de ser assombrado...

Foi numa sexta-feira treze... A noite parecia estar calma... Em um dado momento, Jardel percebe um vento muito forte, olha para fora e nota os galhos das árvores sacudir com violência e sai fechar as janelas e portas que se chocam com estardalhaços nos respectivos batentes. Volta a calmaria. Jardel vai de encontro ao soldado que está de sentinela e lhe diz: você viu a ventania que aconteceu agora mesmo? Achei que ia chover... – Não, o senhor deve estar enganado, não vi nada disso acontecer! – Como não, se até as portas e as janelas bateram e você não ouviu o barulho? – Sinceramente, acho que o senhor teve uma alucinação. Não aconteceu nada, nada do que me disse... - Pois eu juro que vi e ouvi tudo!

Jardel volta desapontado para o seu posto de trabalho.

A madrugada é longa demais para quem precisa ficar de vigília.

Jardel sai à rua, a uns cinqüenta metros até a esquina para espantar o sono. Observa que o asfalto está marcado por pegadas nítidas de sangue que vai se estendendo por um longo trecho da avenida. Já disse acima que ele tem hemofobia - horror a sangue. Chama uma viatura policial e determina a investigação. Pode ser que alguém foi baleado e na fuga, deixou as marcas de sangue. Encontraram a vítima. Era um cão Pastor Alemão com um ferimento em uma das patas, nada mais do que isto, felizmente.

A noite prossegue... O silêncio impera e raramente o telefone toca... De repente, Jardel ouve passos no andar de cima. Pensa que alguém acordou para ir ao banheiro... De fato, foi. O indivíduo pegou a sua arma e acabou com a sua vida dando um tiro na cabeça. Jardel ouve o disparo de forma abafada. Vai até o sentinela e pergunta: Você ouviu o que eu ouvi? – O senhor ouviu o quê? – Um estampido vindo lá do andar de cima. – acho que o senhor se enganou mais uma vez. Não estou ouvindo nem zumbido de mosquito. – Pois eu lhe afirmo que ouvi e já vou verificar o que está ocorrendo. Subiu os degraus da escada, com um pouco de medo do que poderia encontrar. Entra no alojamento. Está tudo normal. Vai à outras repartições; vê uma porta semi-aberta, a da sala de armas, e depara com o corpo de um colega caído ao solo do banheiro ao lado, todo ensangüentado. Não acredita no que vê, mas precisa ser forte para cumprir o seu dever de comunicar o fato ao seu chefe imediato para as providências cabíveis.

Jardel está em estado de choque e a custo termina o seu plantão. Vai para a casa, relata os fatos à sua esposa, mas não consegue dormir. Chega a hora do almoço. É hora de ir à pensão para buscar as marmitas como de costume. Nunca havia antes entrado na cozinha, mas, neste dia por uma coincidência macabra, entra e leva um grande susto: vê a pedra de mármore que serviu, para o preparo de carnes cobertas de sangue. Os acontecimentos da noite afloram na sua memória, suas vistas escurecem, as suas pernas amolecem, e ele cai desacordado no piso frio da cozinha.

Jardel tinha horror a sangue.

Tenho Dito!

Aos Pés do Altar...

Economizei dinheiro o ano inteiro
Deixei de comprar o que eu queria
Para ver se a gente podia
Finalmente ir ao altar...

De sonhos em sonhos
De planos em planos
Fui levando a minha vida
Para a nossa vida juntar...

E com aquela paixão
Que pulsava no meu coração
Fui juntando os adereços
Tudo com muito apreço...

Mudando os endereços
Para nada Extraviar
Finalmente, tudo pronto
Cartório, igreja, salão pra festejar...

Já estou aos pés do altar
Os pensamentos a vagar
Tremendo, suando frio,
Esperando o meu bem chegar...

Será que ela vem...?

Tenho Dito!

Inércia...

Vou falar da inércia,
Do peso, que só complica...
Vou fazer peripécia
Viver sem ter preguiça...
O repouso é recomendável
A quem põe o corpo em ação
A inércia é oxidável
Pondo tudo à perdição...
Todo trabalho é pesado
Mas o esforço é prudente
Se considerar os dois lados
Da força do corpo e da mente...
Se você é gordo, pesado,
E deseja ser um atleta
Deixe a inércia de lado
Trabalhe, e faça dieta.

Tenho Dito!

Nunca Mais...

Esta frase, se formos pesquisar, a encontraremos como título para diversos artigos, a saber: livros, poesia, filmes, música, e até projetos de várias naturezas.

Nunca mais! Expressão forte que ditamos sem ter a consciência da força que ela traz em si mesma. É preciso ter pleno conhecimento da autoconfiança para cumprir as promessas nela contida, uma vez que impõe um limite extremo de decisão.

Esta expressão, de quando em quando vem aos nossos lábios, quando estamos contrariados com algum acontecimento em função do qual nos sentimos lesados, enganados, traídos, vilipendiados, injustiçados, e não queremos esquecer para nunca mais sermos vítimas destas vicissitudes...

Há alguém que parte e nunca mais dá notícia, e outro alguém que fica com a saudade, mas não quer acreditar que nunca mais vai ver a outra pessoa...

Certo dia, eu perguntei a uma jovem, quando foi que ela disse a expressão nunca mais! Ela pensou um pouco e respondeu-me que, quando era ainda criança, diga-se de passagem, uma criança travessa e muito rebelde, a sua mãe que na oportunidade estava separada do marido disse-lhe que iria entregá-la para o pai. Indignada com a atitude da mãe, a jovem então lhe disse: se isto acontecer, eu nunca mais quero te ver!

Em conversa informal com outra pessoa sobre relacionamento conjugal, esta por sua vez, após experimentar as delícias do matrimônio, pensando encontrar um príncipe, acabou por acreditar que o seu príncipe virou sapo, e, desabafou-se comigo dizendo: casamento, nunca mais!

Possivelmente, existe aquele ou aquela que, tendo uma primeira experiência amorosa que não deu certo, planeje encontrar um (a) novo (a) parceiro (a), e promete a si mesmo não repetir os mesmos erros anteriormente cometidos, para nunca mais ter de encontrar a segunda separação...

Tenho quase que certeza que você, tendo em vista os últimos acontecimentos estampados na imprensa falada, escrita e televisada sobre o congresso Nacional, que indignaram o povo brasileiro tenha dito – votar... Nunca mais!

Por outra ótica, podemos observar que a mesma frase dita com indignação, é igualmente pronunciada de forma branda e com uma profunda saudade. Senão vejamos: quando nos referimos a um saudoso passado dizemos - tempos iguais aqueles... Nunca mais!

Encontrei a minha cara metade. Ficar sozinho, agora... Nunca mais! Mulher igual aquela... Nunca mais! Paixão de primeira namorada... Nunca mais!

E assim vamos levando a vida, com os nossos “nunca mais” do dia-a-dia.

Tenho Dito!

Tudo Que Sobe, Desce...

"Um corpo com massa exerce atração gravitacional sobre outros corpos situados na sua vizinhança. Para que qualquer corpo possa deixar a superfície de um planeta ou satélite, é necessário que ele possua uma velocidade suficientemente para vencer essa atração gravitacional. A essa velocidade dá-se o nome de velocidade de escape".

Queda livre, movimento,
Lançamento vertical
Dos satélites da Terra
Ao espaço sideral
A Terra atrai tudo
Que está por perto dela
Pode estar na ionosfera
Que cai no colo dela!
O ar é massa transparente
Fator de resistência
Dos movimentos dos corpos
Da queda dos para-pentes...
No vácuo, não há resistência
Toda queda é fatal
Corpo extenso ou partícula
Atinge o solo em tempo igual.
Lançamento vertical
Para baixo ou para cima
Nunca o faça para o mal
Não fira uma cabeça
Atirando um punhal!
Lançamento exige impulso
Da mente e do coração
Pra mergulharmos nos estudos
Das ciências que temos nas mãos.

Tenho Dito!

Atitude...

Existem coisas que fazemos por dinheiro, ou melhor, há quem faça qualquer coisa por ele; matam, roubam, se corrompem, promiscuem-se...

Muitos são infelizes... Amargam uma profissão indesejada e, às vezes, não têm uma saída em curto prazo... O jeito, então, é aturar para sobreviver.

Fazemos várias coisas por obrigação, a contragosto, mas temos que fazer. Não há como fugir ao compromisso de comparecer a um velório... Ato inevitável - entrar em filas, pagar impostos etc.

Se quisermos acumular bens materiais ou culturais teremos que fazer o que for necessário para consegui-los.

Realizamos algo por orgulho e fazemos com orgulho, independente do resultado e do juízo que façam a nosso respeito.

Encaramos desafios para testar a nossa capacidade e conhecer os nossos próprios limites.

Às vezes, agimos por impulso e podemos ter o nosso momento de glória, ou nos transformarmos em vilões da história...

É bem provável que pratiquemos certos atos que a consciência nos puna com rigor, ou que nos premie com a paz de espírito...

Afinal, há coisas que fazemos por amor, com muito amor... Inclusive o amor.

Ah, mas não nos esqueçamos, hein?!

A camisinha é fundamental.

Tenho Dito!

Indiferença...

Você passa e nem me vê...
Não fico triste contigo...
Entendo que queira esconder nos olhos
Algo que eu não possa ler...
Mas eu te vejo
Com os meus dois faróis de milha...
Eles ficam acesos quando cruza o meu caminho...
Digo-lhe: Olá, tudo bem?
Você, cabisbaixa, me responde:
Tudo bem!
Nem sequer uma paradinha...
Eu continuo o meu caminho
Sem olhar para trás
Pois o que ficou atrás
Já faz parte do meu passado
Que não me interessa mais.

Tenho Dito!

É Brincadeira...

É brincadeira! Às vezes, precisamos ter sangue de barata, e uma paciência de Jó.

Já vi gente perder a cabeça por ninharias, roer as unhas, arrancar cabelos, esmurrar a parede.

Há poucos dias eu presenciei alguém que, por não ter dinheiro para sair para a balada, deu um pontapé com toda a sua força em um botijão de gás. Resultado: foi parar no pronto socorro e ter que engessar o pé fraturado. As conseqüências desse ato impensado todos nós podemos imaginar.

Eu não vou dizer que, desta água eu não bebo! Sou também impaciente e um pouco temperamental e, além do mais, tenho consciência de que a irritação e a cólera explosiva são prejudiciais à saúde; as células vibram em desarmonia, trazendo desequilíbrio para o nosso organismo. Li sobre isso não sei aonde...

Vejam bem: esse mosquitinho que voa em torno do meu copo de café já está me esgotando a paciência! Por enquanto, eu só estou lhe espantando, ameaçando-o com a fumaça do meu cigarro, mas parece-me que esse bichinho já aprendeu comigo a ser dependente da nicotina; quanto mais eu lhe jorro uma baforada de fumaça, muito mais ele teima a beirar o meu copo. Não vejo a hora de dar-lhe um safanão, para nunca mais perturbar quem está exercendo o seu trabalho. Bem, se é que eu possa chamar isto de trabalho... Porquanto é um exercício que me dá muito prazer. Quero ler qualquer assunto que me é disponível, e quem sabe, depois eu tomo a caneta e passo a escrever estas bobagens que você acabou de ler.

Bem feito! Você não tem coisa melhor a fazer, não é mesmo?

É brincadeira.

Tenho Dito!

Aula Inaugural...

Normalmente, na primeira aula sobre qualquer matéria de qualquer curso que venhamos a fazer, o primeiro passo é fazermos as nossas apresentações pessoais. Depois disto, o professor entra na matéria propriamente dita, a qual ouvimos com um certo ar de curiosidade e espanto. A primeira impressão é a que fica, e o professor precisa ter jogo de cintura para ganhar a simpatia dos seus pupilos. Alguns são chatos por natureza... Podem até tentar disfarçar o seu gênio, mas não conseguem. Dito isto, vou tentar dar um modelo de uma aula inaugural de química para não assustar os iniciantes deste estudo indigesto.

Química - (aula inaugural)

A química está presente
Na vida do cidadão
No metabolismo inconsciente

Da mistura da alimentação...
O alimento é energia
Pondo o corpo em ação
No trabalho do dia-a-dia
Agindo em combustão...
Já entrei na trilogia
Da física, química e biologia
A paz da ciência é a paciência
Do trabalho depois da orgia...
O fogo é o resultado
Do tríplice agente vilão
Sem calor e oxigênio
O combustível não tem ação...
Nem só de pão vive o homem
Necessita também de emoção
Não há quem não busque o lúmen
Do fogo de uma paixão.

Tenho Dito!

Livros...

Hoje visitei uma livraria no intuito de encontrar algum livro que chamasse a minha atenção pelo título. É claro que uma capa bem elaborada pode influenciar uma escolha...

Acontece que quando estou diante de uma mesa farta de variedades de pratos, acabo por perder a fome após devorar tudo pelos sentidos da visão e do olfato, isto é evidente.

Dito isto, fica fácil entender o que se passou comigo naqueles momentos de deslumbramentos, contemplando as prateleiras repletas de livros dos mais variados temas. Depois de algum tempo de exaustiva procura, me vi perdido na indecisão, e quase voltei pra casa sem trazer livro algum.

Como sou realista, os livros de ficção têm o seu espaço reservado para outra vez...

Gosto de matérias objetivas, que me tragam ensinamentos imediatistas. Não suporto ter que ler um livro de capa a capa, para encontrar o fio da meada nas últimas páginas. É por este motivo que a poesia tem um valor muito especial para mim. Nela escreve-se pouco e se diz muitas coisas. O conteúdo de um livro inteiro é bem possível que poderia ser condensado em uma única página... Odeio os escritores “enchedores de lingüiça”.

Todo livro é bom, desde que possamos aproveitar o melhor dele para o nosso enriquecimento cultural. Ele é o alimento para a nossa alma e não pode nunca ser objeto da perda de tempo. Por isso a nossa escolha deve ser minuciosa, ou então para ganhar tempo, o melhor para nós seria adquirir um livro por indicação de um amigo que já tenha lido e gostado muito.

Não compramos livros como se compra um objeto que esteja exposto em uma vitrine, ou nas prateleiras dos supermercados. Ter que digerir o que o paladar não agrada, é dose pra leão!

Tenho Dito!

Globalização...

Brincar de ser criança
Viver com os pés no chão
Sentir a esperança
Nesta globalização...
Com esta filosofia
Peço a minha estrela guia
Reviver nesta poesia
O caminhar neste mundão...

Hello my brother!
Não chores, não!
A vida é bela
O amor é lindo.
Felicidade a gente cria
Tristeza a gente dribla
Cantando uma canção.

Tenho Dito!

A Fé...

Eu sei que a palavra fé
É pequenina, mas é o que dá pé...
A força que move um moinho
É o vento forte que move a maré...
A fé que move as montanhas
É a confiança em Deus no coração
A fé, quando verdadeira
Move as pedreiras; ela é a propulsão...
A fé, quando verdadeira
É sempre calma e sabe esperar...
A humildade e a paciência
São boas armas pra quem quer vencer...
Lutar, vencer o desespero
Pois vale a pena, sempre esperar...
Assim como o grão de mostarda
Pequenino cresce, para depois aflorar
A fé, como o grão de mostarda
Cultivada, cresce, e sabe esperar.

Tenho Dito!

Gaivotas...

Assim como tudo na vida
Almeja-se a perfeição
E o universo das coisas
Nos pede carinho e atenção
E no mergulho dos sonhos
Vale o que temos nas mãos...

Eu gosto de poesia
Mas não sei o por que...
Vou aprendendo com ela
Que não preciso sofrer...

Vou aprendendo com as letras...
Da música, aprendo com as notas
Voar como as gaivotas
Não sei pra onde e pra que...

Na vida eu tenho um "ão"
No nome, pois me chamo João
E tenho o que muito me alegra
O meu querido violão.

Tenho Dito!

Festa Junina...

Alô pessoar!

Queremo te convidá
Pra festa de São João
Aqui do nosso arraiá...
Venha pra festança
Traga toda a vizinhança
Aqui tem chope e dança
Ôce pode enxê a pança
E inté se lambuzá...

Não se esqueça do ajutório
Para as prenda do leilão.
As crias da ninhada
Vaca, porco, leitão
Mas se ocê não pudé
Venha só com o coração...

Aqui tem barraquinhas
Tem joguinhos de azá
Tem também, Mariazinhas
Doidinhas pra namorar...
Venha como ocê quizé
Não esqueça as muié
Aqui nóis gosta de tudo
Até do bicho-de-pé.

Tenho Dito.

Coletânea de Expressões Populares...

1- Dar um tiro no pé: Condenar-se;
2- Dar com os burros n'água: Prejudicar-se;
3- Amarrar a cara: Zangar-se;
4- Sair com o rabo entre as pernas: Sair humilhado;
5- Cair como um patinho: Ser enganado;
6- Ficar com cara de quem comeu e não gostou: Ficar de mau humor;
7- Catar milho: Digitar com um dedo só;
8- Comer igual a um padre: Rezar antes das refeições;
9- Comer igual a um burro: Não rezar antes das refeições;
10- Afogar o ganso: Masturbar-se;
11- Rodar a baiana: Fazer escarcéu;
12- Chorar de barriga cheia: Reclamar sem motivos;
13- Dar com o pau: Dar em abundância;
14- Fazer a cabeça: Convencer alguém;
15- Dar as caras: Aparecer;
16- Dizer cobras e lagartos: Ofender com palavras;
17- Dar mancada: Cometer gafes;
18- Dar bandeira: Denunciar, mostrar alguma coisa;
19- Pisar na bola: Falhar;
20- Chutar o pau da barraca: Por tudo a perder;
21- Estourar a boca do balão: Arrasar, humilhar;
22- Boiar na maionese: Ficar sem noção;
23- Cavalo dado não tem idade: Receber um presente sem reclamar;
24- Dormir no ponto: Não agir na hora certa;
25- Ficar de olho: Ficar atento;
26- Ficar ligado: Ficar atento;
27- Ir por água abaixo: Perder tudo;
28- Não dar ponto sem nó: Tirar proveito de tudo;
29- Pagar o pato: Pagar o que não deve;
30- Engolir sapos: Aceitar tudo sem reagir;
31- Pagar com a mesma moeda: Retribuir na mesma proporção;
32- Chegar o chinelo: Ir fundo no acelerador;
33- Enfiar o pé na tábua: Ir fundo no acelador;
34- Ver o circo pegar fogo: Assistir a uma confusão;
35- Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa: Misturar os assuntos;
36- Aqui tem pano pra manga: Está sobrando alguma coisa;
37- Atrás do morro tem morro: Ninguém é dono de uma verdade;
38- Sair cuspindo fogo: Sair esbravejando, xingando;
39- Atrás de uma bola vem sempre uma criança: Jogo de interesses;
40- Por lenha na fogueira: Incentivar uma discussão;
41- Pisar no rabo do gato: Mexer com alguém;
42- Pirou o cabeção: Enlouqueceu;
43- Chuta que é macumba: Sai fora que vai sobrar pra você;

Trabalho de Pesquisa (domínio público).

Garota de Programa...

Muito obrigado...
Vou desfazer as marcas do teu batom...
Se quiseres, podes desligar o som...
Posso dizer até logo, mas o adeus é o mais provável desfecho da ilusão passageira, de tê-la sem possuí-la, de dar-se a mim sem doar-se, sem ferir-se, sem condoer-se, sem compromisso...
Com licença, já estou saindo...
Fecho, ou deixo a porta aberta?
O que sai pela porta não importa, vale o que ficou no criado-mudo...
Ainda bem que é mudo; não pode denunciar o crime inocente, doloso, sem vítima, sem réu, sem culpa, sem pudor...
O agora, o nada...
A distância, o vazio, e o encontro com o gelo da solidão novamente...

Táxi, Táxi, Táxi...

Tenho Dito!

Da Lamparina ao Computador...

Você sabe com quem você está falando?

Com o João, filho do senhor Armando.
Nasci na roça, numa velha palhoça.
Casinha de pau-a-pique, e cobertura de sapé.

Convivi com os bichos, e tive muito bicho-de-pé...

O meu pai, o senhor Armando, e minha mãe, dona Claudemira
Já não estão mais na terra, mas da lembrança ninguém os tira.
Meu pai era um caboclo matuto lá do sertão...
A herança que a mim deixaram foi uma boa educação...

Já fui seminarista, e estudei religião.
Troquei a batina pela farda
Explodiu a revolução...
E eu ainda não sabia qual era a minha vocação.

Volver ao passado...
Eu, com um revólver na mão...
Disciplina na cabeça, e Deus no coração
Troquei arma de guerra por um nobre violão.

A princípio, só para as festas, depois erudição...
E agora? Agora...
Eu estou aqui nesse mundo maravilhoso da Internet, e só Deus sabe...
Aonde é que vai parar o João?

Tenho Dito!

O Fusca...

Eu não sou do tipo do falso rico
Que só tem gogó...
Vive comendo jiló
E arrotando caviar.

E diz que eu não me toco
Que eu nunca troco
Meu fusca “Fafá”
Ah! Há, há, há, há...

Zombe quem quer zombar...
O meu fusca não me ofusca
E tem histórias pra contar.

Com carinho e com jeitinho
Sempre o ponho a rodar...
Para mim ele é completo
Não posso reclamar...

É ele quem me leva
Aonde eu posso chegar...
Se o carro é a cara do dono
Você pode até argumentar...

Mas, eu não sou um cão sem dono,
E nunca hei de ladrar...
Com o meu fusca estou contente
Tudo posso carregar...

Só não levo gente fina
Porque que dele hão de zombar...
E um dia, com saudade,
Por um outro hei de trocar.

Tenho Dito!

Vizinho Pagodeiro...

Sempre tem pagode na casa do meu vizinho – é um direito dele... Descansar é um direito meu.
Precisamos chegar a um acordo, zelando para a política da boa vizinhança...
Fico ouvindo o batuque que ecoa em cheio nas panelas vazias da minha cozinha.
Mesmo que eu feche as janelas e as portas do fundo, o som vai enchendo fundo as entranhas da minha audição, que já anda saturada por tanta barulhada que motoqueiros fazem de frente ao meu portão.
Eu não posso fazer nada, o meu vizinho é o camarada, que dizem ser meu irmão...
Não há como ficar sossegado, passando a noite acordado e ainda tendo que aturar as chatices do meu patrão, que não entende os motivos que me fez chegar atrasado para o trabalho de então...
Vizinho é um bem público, que a bem do sossego público não deveria incomodar ninguém.

Durma com um barulho desses.

Tenho Dito!

Drogas...

E aí, cara?
E aí, véio?
E aí, bicho?

Tudo vira bicho...
O cara não se liga na educação...
Vai fundo na lata
Viaja na batata...

Dê um tapa aí véio!?
Estimule a mente...
Que se dane os parentes, os pais e os irmãos...
Não dê vacilo - se sujar, assovie!

"Malandro é malandro,
Mané é mané...
Sua mãe não é vaca
Seu pai - cachorro, não!"

Fique maluco beleza
Depois... A tristeza
Neguinho fugindo lhe deixando na mão
A parada é a grade e um simples caixão...

Entre nessa furada
Maluco beleza...
Vai fundo no poço da depressão
A parada é a grade e um simples caixão.

Tenho Dito!

Reflexões...

De tudo o que eu preciso, preciso buscar.
Tudo o que eu sonho, preciso esperar.
Minhas emoções preciso dosar.
Em tudo o que eu vejo, enxergo o melhor.
De tudo o que eu sinto, pouco posso explicar.
Nem tudo o que eu toco, posso comprar.
Nem todos os que me tocam, posso abraçar.
Aonde eu chego, ocupo um lugar.
De onde eu saio deixo não sei o quê, e trago o que me apraz.

Tenho Dito!

Celular...

Celular no bolso
Grilo na cabeça
Veja só que besta...
Quer tagarelar.

Quer estar na moda
E entrar na roda
Dos que compram tudo
Só para se mostrar...

Celular é útil
Celular é fútil
Serve pro trabalho
E para namorar...

Não fico sem ele
Pois preciso dele
Pra saber aonde
O meu amor está.

Tenho Dito!

Vida de Muita Gente...

A sua semana é tão assim? Menos assim, ou não é nada disso?

Hoje é segunda-feira
Estou pedindo maca
To com a macaca
Com uma puta ressaca...

Mas vou chutando tudo
Eu vou chutando lata
Vou mandando tudo
Ir plantar batata...

Os dias vão seguindo
Por todas as feiras
Corro atrás da grana
Até a sexta-feira...

E pra espantar
A minha canseira
No fim de semana
Sobra farra e bebedeira...

Tenho Dito!

Feliz Viagem...

Não entre na rodovia
Sem antes se abastecer
De segurança e energia
Para danos não vir a sofrer...

Respeite o limite de velocidade
Mantenha-se na mão de direção
Diriga com responsabilidade
Seu carro, moto, ou caminhão...

Aproveite a viagem
Apreciando a natureza
E verás que vale a pena
Seguir com mais leveza...

Não deixe de observar
As placas de sinalização
Nem se queixe do radar
Ele é a sua proteção...

Não se gabe do seu carro
Ter um potente motor
E nem tente obedecer
O seu instinto propulsor
Ele serve para servir
E não para causar dor...

Tenho Dito!