domingo, 24 de fevereiro de 2013

Um conto de Fada - uma "fofura"

                                                                                
                                                    


Imagem Google

Foi em uma quarta feira de verão, quando João ao navegar pela internet durante a noite, enquanto aguardava a chegada do sono, depara com um post de uma amiga virtual que, deixando  transparecer  uma dor de perda reprimida nos recônditos do seu coração, publicou um poema em forma de desabafo ou coisa assim, essas frescuras de mulher que quer parecer fiel a um amor que já não há mais correspondência,  que, perdeu o eco. João ficou penalizado ao ler o poema, mas sem saber o  que fazer, para não dar a entender que poderia passar por um oportunista, aproveitando deste momento para fazer uma cantada, disfarçou o seu comentário emitindo uma mensagem amena em forma de brincadeira. Após enviar o comentário, que aguardava moderação, resolveu tomar a iniciativa de enviar um recado por aquela via moderada. Deixou o seu endereço de e-mail e o telefone, solicitando a destinatária em pauta (Uma fofura), rsrs,  que entrasse em contato com o mesmo. Tendo em vista que a sua amiga virtual com quem interage a um tempo considerável de quatro anos mais, ou , menos, confiou, e acreditou que  ela deveria entende-lo. De fato, aconteceu. Em resposta deixou um comentário no blog do seu amigo João, confirmando que ligaria para ele sim, e, que ele poderia abrir o jogo das suas indagações referentes a um conhecimento mais pessoal.  Poder ouvir o timbre de voz para quando  estiverem escrevendo na telinha do computador interagindo entre si, ter a ideia de estar ouvindo a voz daquela pessoa no momento da escrita, já seria um consolo. Seria, não! É um conforto, conhecer pelo menos a voz de quem se tem amizade e consideração e relacionam-se por vias virtuais. João, naquela noite ficou pensativo e esperançoso de que seria agraciado com a ligação telefônica da sua amiga. Costuma desligar o seu aparelho para dormir mas, naquela noite não o fez, na esperança de atender a referida chamada. Na amanhã do dia seguinte, não consegue fugir da lembrança da noite anterior. Fica ansioso, preocupado, mas esperançoso de ser surpreendido por aquele telefonema. Até a hora do almoço, nada de acontecer. Sai de casa para levar a sua neta a escola. O trânsito estava um caos em virtude de obras que estão sendo realizadas no centro da cidade. De repente o celular toca. João não pode atender, pois o momento é crítico. Entrega o aparelho para a criança que está no banco traseiro.  Ela atende: - alô! Do outro lado, a pessoa pergunta: -  esse telefone é do João? A criança responde, é! E, curiosa, retorna a pergunta: -  quem está falando...? A pessoinha responde: -  é surpresa... Eu não posso falar. A netinha do João lhe diz: - ele está dirigindo... Neste momento, João não consegue conter a sua  alegria... Toma o seu celular que está em poder da “Juju” e, extasiado com a emoção do inusitado, começa a sorrir com o coração agradecido. Foi um momento de muita alegria para ele, embora estivesse que dividir a atenção entre a confusão do trânsito e a própria confusão das ideias para não decepcionar  a sua interlocutora.  Compreendendo que o momento não apresentava uma boa oportunidade para entabular uma conversa mais larga, a “Fofura”, amiga do João, lhe diz: - eu ligo outra vez... e despede-se enviando –lhe beijos. Agora, João está a perguntar:  - será que ela vai mesmo, ligar...?

Tenho dito!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Paródia.


       Já aconteceu com você, depois de combinar, sair de casa para um encontro com os amigos em uma festa, em um bar, em uma quadra de esporte, ou, algum lugar de entretenimento qualquer e dar com a cara na porta, não encontrar ninguém? Se isto ocorreu também com você, certamente irá concordar comigo no que tenho a dizer. As pessoas que nos decepcionam dessa maneira são indignas de serem tratadas por amigos, uma vez que, amigo que se preza, não deixa ninguém a ver navios, não é mesmo? Tendo em vista estas considerações, grafo, abaixo a minha triste experiência em forma de poesia, inspirada em uma composição de Adoniram Barbosa, compositor paulistano que poetizou a vida urbana de São Paulo. (O samba do Arnesto). Você pode até cantar para conferir o resultado desta paródia. Ei-la:


Saí de casa, animado
Para um samba em um botequim.
Chegando, não encontrei ninguém.
Fiquei magoado
Muito contrariado...
Avacalharam comigo outra vez.
Voltei pra casa
Muito aborrecido
Como um cãozinho
Que perdeu o seu dono...
Para desfazer o meu tédio
Passeei com o meu cão.
Pois, mais vale um cão amigo
Do que muitos amigos cachorros.
“Cachorrada!”
Tenho dito!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Palavra por palavra

Anne Lamott

Li, estudei, grafei, juntei, inverti, compilei e compactei algumas instruções sobre como e o quê escrever, contidas na primeira parte desse maravilhoso livro, “Palavra por palavra” de Anne Lamott  - instruções sobre escrever e viver. Trabalhei este texto como se estivesse que fazer um trabalho escolar, o que me propiciou um enorme prazer.                              



Tributo a ANNE LAMOTT
       “A arte de escrever é se sentar e praticar todos os dias.  Mas, em igual medida, também é absorver tudo o que aparece, vendo tudo como matéria-prima. Escrever é aprender a prestar atenção e comunicar o que está acontecendo; a tarefa é apresentar com clareza um ponto de vista, uma linha de visão. Há êxtase no fato de prestar atenção. Podemos alcançar uma espécie de abertura para o mundo na qual vemos em tudo a essência do sagrado, um sinal de que Deus está implícito em toda a criação. Qualquer pessoa pode tentar capturar simplesmente isto: os detalhes, as nuances, a essência. Ficar absorvidos por algo fora de nós mesmos é um poderoso antídoto para a mente racional, a mente que muitas vezes vê as coisas de uma maneira narcisista, estreita e obscura, sem oferecer esperança a ninguém. Para ser um bom escritor, não basta apenas escrever muito, você também deve se importar com as coisas.  Escreva sobre lugares e pessoas. Explore o máximo que puder: preste bem atenção nas pessoas, sua imagem, o modo de vestir, os cacoetes, a condução, seus afazeres, seus hobbys, seus amigos, seus relacionamentos amorosos; escreva um pouquinho a cada dia e não deixe de ler livros, revistas etc. Seja  ousado e original. É imprescindível, escrever sobre sentimentos, observações, sentimentos, lembranças, sonhos, e opiniões. Vá a praia e redija uma descrição do que viu; igualmente,  descreva as festas,  as discussões de família, cenas envolvendo os cônjuges, acontecimentos ou pequenos episódios da vida cotidiana, floreie e exagere alguma coisa ou todo o fato. Enfim, coloque em palavras o que acontece ou aconteceu. Escreva sempre e descubra um jeito criativo, espiritual ou estético de ver o mundo, e comprometa-se a terminar o que acabou de começar. O importante é estabelecer uma meta diária e cumpri-la ao pé da letra.  A paciência é uma boa companheira, portanto, não desista de continuar a escrever e descobrirá que isto é a melhor recompensa. A escrita traz muita alegria e muitos desafios. Haverá dias de tédio e dias de inspiração, quando as ideias fluem com mais facilidade, como em qualquer outro empreendimento intelectual.  Escrever bem é contar a verdade de um modo inteligente, e isto, é tão fácil e agradável quanto a dar banho em gato. Qualquer pessoa que sobreviveu à infância tem material suficiente para escrever pelo resto da vida. Então, simplesmente comece a escrever as memorias dos primeiros anos de escola, dos primeiros professores, dos colegas de turma, das roupas , de  quem você sentia ciúme. Fale tudo das festas em família, o quê era servido, as músicas que ouviam e o modelo das roupas que usavam. Fale da moda dos penteados e dos meios de transportes da época. Escrever bem é uma questão de persistência, fé e trabalho árduo. Entretanto, quando descobre o que um canto da sua visão realmente é, sua produção dispara. A verdade é que, se você treinar todos os dias, se lentamente for experimentando desafios mais difíceis, vai melhorar. Se um dos seus desejos mais profundos de seu coração é escrever, há meios para levar a cabo seu trabalho e vários motivos para que o faça. E, não se esqueça de aprimorar a sua qualidade de atenção: podemos perceber detalhes incríveis durante um dia, mas raramente nos permitimos parar e realmente prestar atenção.
Todos os créditos para esta extraordinária escritora ANNE  LAMOTT.