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Foi em uma quarta feira de verão, quando João ao navegar pela
internet durante a noite, enquanto aguardava a chegada do sono, depara com um
post de uma amiga virtual que, deixando
transparecer uma dor de perda
reprimida nos recônditos do seu coração, publicou um poema em forma de desabafo
ou coisa assim, essas frescuras de mulher que quer parecer fiel a um amor que
já não há mais correspondência, que, perdeu
o eco. João ficou penalizado ao ler o poema, mas sem saber o que fazer, para não dar a entender que
poderia passar por um oportunista, aproveitando deste momento para fazer uma
cantada, disfarçou o seu comentário emitindo uma mensagem amena em forma de
brincadeira. Após enviar o comentário, que aguardava moderação, resolveu tomar
a iniciativa de enviar um recado por aquela via moderada. Deixou o seu endereço
de e-mail e o telefone, solicitando a destinatária em pauta (Uma fofura), rsrs, que entrasse em contato com o mesmo. Tendo em
vista que a sua amiga virtual com quem interage a um tempo considerável de
quatro anos mais, ou , menos, confiou, e acreditou que ela deveria entende-lo. De fato, aconteceu.
Em resposta deixou um comentário no blog do seu amigo João, confirmando que
ligaria para ele sim, e, que ele poderia abrir o jogo das suas indagações
referentes a um conhecimento mais pessoal. Poder ouvir o timbre de voz para
quando estiverem escrevendo na telinha
do computador interagindo entre si, ter a ideia de estar ouvindo a voz
daquela pessoa no momento da escrita, já seria um consolo. Seria, não! É
um conforto, conhecer pelo menos a voz de quem se tem amizade e consideração e
relacionam-se por vias virtuais. João, naquela noite ficou pensativo e
esperançoso de que seria agraciado com a ligação telefônica da sua amiga.
Costuma desligar o seu aparelho para dormir mas, naquela noite não o fez, na
esperança de atender a referida chamada. Na amanhã do dia seguinte, não
consegue fugir da lembrança da noite anterior. Fica ansioso, preocupado, mas
esperançoso de ser surpreendido por aquele telefonema. Até a hora do almoço,
nada de acontecer. Sai de casa para levar a sua neta a escola. O trânsito
estava um caos em virtude de obras que estão sendo realizadas no centro da cidade.
De repente o celular toca. João não pode atender, pois o momento é crítico.
Entrega o aparelho para a criança que está no banco traseiro. Ela atende: -
alô! Do outro lado, a pessoa pergunta: - esse telefone é do João? A criança responde, é!
E, curiosa, retorna a pergunta: - quem
está falando...? A pessoinha responde: - é surpresa... Eu não posso falar. A netinha do
João lhe diz: - ele está dirigindo... Neste momento, João não consegue conter a
sua alegria... Toma o seu celular que
está em poder da “Juju” e, extasiado com a emoção do inusitado, começa a sorrir
com o coração agradecido. Foi um momento de muita alegria para ele, embora
estivesse que dividir a atenção entre a confusão do trânsito e a própria
confusão das ideias para não decepcionar
a sua interlocutora. Compreendendo que o momento não apresentava
uma boa oportunidade para entabular uma conversa mais larga, a “Fofura”, amiga
do João, lhe diz: - eu ligo outra vez... e despede-se enviando –lhe beijos. Agora,
João está a perguntar: - será que ela
vai mesmo, ligar...?
Tenho dito!
Tenho dito!