terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Engolindo sapo!

                               
Não! Eu não quero falar “a nível de”, mas posso discorrer sobre o nível.Eu não tenho uma hora certa e nem lugar apropriado para escrever. Se estiver a andar a pé e me surge uma idéia que deva ser registrada, pego o meu bloquinho de notas que carrego sempre comigo, e começo a escrever. Conforme o lugar, alguns transeuntes me olham com um ar de seriedade, certamente pensam que sou repórter de algum jornal...
Já escrevi muito em guardanapo de papel na falta do tal bloquinho. Em casa, não tenho o que posso chamar de biblioteca, que na verdade é uma pequena edícula no fundo do quintal, onde passo algumas horas lendo, ouvindo música, ou escrevendo.
Há dias em que a inspiração corre solta, mas há aqueles em que não adianta tentar compor alguma coisa, então é melhor desistir e procurar fazer outra coisa qualquer...
Bem... Há dias em que nada parece dar certo, sobretudo quando dependemos do concurso dos outros para a realização dos nossos planos.
Já é muito tarde para sair de casa, mas é muito cedo para ir dormir... Não! Hoje eu não quero navegar na internet, não! Entrar no dihitt (site internacional de notícias), ficar olhando para aqueles usuários, com os seus avatares nada inspiradores às vezes me cansa e muito... É verdade que tem umas carinhas simpáticas... Uns olhinhos charmosos, umas bochechas que dá vontade de... Uns sorrisos alegres, mas de uma forma, ou de outra,  para encontrar  fantasmas não preciso sair de casa. A minha cabeça já anda ocupada por muito deles.
Hoje está uma noite chuvosa e eu só sairia de casa em caso de extrema necessidade. Então, fico aqui na minha praia, tento escrever uma poesia, mas quando eu coloco a caneta sobre a mesa, para fazer uma pequena pausa, ela rola para o lado oposto e cai. Parece-me que ela está querendo fugir ao meu contato. Não sabe o quanto me é importante e o quanto a amo de verdade. Frescura... Está fazendo charme. Não quer dar a ponta a torcer, dando uma de difícil – “coisas de mulheres que si acham”, para tornar melhor o meu prazer de manuseá-la...
Não é nada disso! Acho que já descobri... A mesa deve estar com ciúmes e empurra a sua rival para longe de mim. Ou... o piso, estando fatigado com o peso que coloquei sobre suas costas, empurra a mesa para livrar-se de tal mister...
Muito bem! Agora, me lembrei... Quando foi construído esse cômodo, ao compactar o piso, eu disse ao pedreiro: você errou o nível! Tem um lado do piso mais alto do que o outro?! No que ele me respondeu com um ar de arrogância: – eu sei o quê estou fazendo! O senhor está com uma ilusão de ótica! Embora não convencido, fiz vistas grossas - deixei passar, para não esquentar os ânimos... Permiti que ele, o pedreiro, concluísse o seu serviço.
Agora não posso mais, reclamar - O jeito é engolir o sapo!
Tenho dito!

10 comentários:

  1. Olá João,
    Sua prosa é muito boa também.
    Quanto a inspiração de um poeta realmente é como você diz,ela só vem quando tem bem vontade, no dia que quer, como se diz lá no meu sertão: "É cheia de nove horas"
    Eu tambem ando com bloquinhos e caneta, ou largo tudo e vou passar para o papel minha inspiração.
    As vezes acho que a internet cansa, no máximo uso o MSN e muito pouco.
    Gosto de pesquisar, digitar meus trabalhos.
    Obrigada pelos versos em meu blog.
    Um abraço,
    Dalinha

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  2. João,

    Sabes eu também tenho esse jeito de não entrar em conflito com os "especialistas". Digo para mim: ele é que sabe do ofício dele! Seja qual for a profissão do entendido. Engulo sapos e mais sapos! eheheheh

    Mas há dias em que nem uma letrinha corre. Nada! Uma ausência completa na estruturação da ideia. Raios...

    Grande abraço
    Luísa

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  3. Amigo poeta do diHITT. Parece que acordamos quase com a mesma linha de pensamento. ahahah
    Quando voce ler a minha ultima postagem entenderá.
    Ja engoli sapos e crocodilos. mas nenhum deles me matou ou me fez mal.

    abraços

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  4. ola amado poeta!
    Sempre é bom um esconderijo para reflexão, esqueça o piso o troque novamente. O que importa é sua inspiração tu escreves coisas lindas a paz!

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  5. Mas, João! olha... o pensamento da gente vai para onde direcionares, nunca se esqueça disso.

    Talvez a meia trocada dê um desconforto, mas quando perceberes que pôs errada...irás consertar e voltarás a pisar firme e satisfeito.

    Conclusão: quando se está percebendo que não estamos "bem", sem inspiração para o "outrem", melhor é afastar esses pensamentos e partir para atitudes positivas.
    Por certo tua caneta irá conduzi-lo a uma escrita bem mais proveitosa.
    beijos, Maria Souza - Porto Alegre - RS

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  6. Saudações Natalinas!
    Amigo João Batista,
    Excelente Post!
    O mais importante é registrar todos os momentos. Por exemplo, o texto em tela vai lhe ajudar muito no amanhã, tenha a certeza disso.
    São os pensamentos que saltitam procurando agasalho, reverberando energias a todos os cantos, fiquei admirado foi de sua criatividade de descrevê-los e isso fará uma grande diferença. São os registros do reflexo do espírito.
    Parabéns pelo extraordinário Conto!
    Abraços fraternos,
    LISON.

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  7. Ahhhhhh Sabe Joao que uma vez eu escrevi algo... engraçado, claro. Se chamava "Desengolindo Sapos"... talvez algunas amigos se lembrem disso!!!! Eu prefiro desengolir, porque não dá mal estar depois... voce deve ter ficado com um nó na garganta.

    Bom, por que voce não aproveita agora, que somos todos seus amigos, ninguém, ninguém poderá ouvir: GRITE! URRE!!!! Cara, vamos apoiar e voce vai se sentir melhor.

    Quem sabe, tome um Sonrisal antes, então vai sorrisal depois... é alívio imediato.

    Agora... se o trabalho do pedreiro vai dar dor-de-cabeça depois... sabe, uma vez, algo parecido aconteceu e... uma lateral inteira de um muro da ex casa de minha mãe desabou!!!!!!!!!!

    Animei voce?!?! FUIIIIIIIIIIII

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  8. Meu amigo João Poeta, Um bom final de semana e segue minha resposta nessa nossa troca de versos,
    Um abraço,
    Dalinha

    NÓS DA POESIA

    Nós fazendo poesia.
    Isso me faz contente.
    Pra responder seu uai
    Trago aqui meu oxente.

    Moro no Rio de Janeiro,
    Mas sou filha do agreste.
    Você do triângulo Mineiro
    Longe do meu Nordeste.

    Com sua caneta treinada
    Realmente é um atleta
    Na maratona dos versos
    É o vencedor João Poeta.

    Famosa eu não sou, não,
    Porém gosto de versejar.
    Aprendi no meu sertão
    Lá pras banda do Ceará.

    Se você é um simples João.
    Eu sou uma simples Maria,
    Que adora pisar no chão
    Onde habita a poesia.

    Estando você contente,
    Do mesmo modo fico eu,
    E na arapuca dos versos
    Você também me prendeu.

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  9. João,

    Eu já tive muitos problemas com pedreiros por aqui também. Esse negócio de engolir sapo não é bom, porque a gente acaba transferindo nosso aborrecimento para pessoas que não tem nada a ver com isso.

    Descobri que o melhor é conversar com aquele que no momento estar nos causando algum prejuízo. E nem precisa brigar, basta se entender.

    Abraços! Sheila Fonseca.

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  10. Ilusão de ótica das mais reais .... este pedreiro é uma assumidade na arte da ilusão .. ou da ótica ... vai se saber.

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